Saímos de Lisboa pelas 7 da manhã e chegámos a Vilarinho por volta das 10h,30m descarregámos as bicicletas e fomos pôr a carrinha na Trofa junto á GNR perto da estação da CP onde passados 5 dias devíamos de sair no regresso de comboio de Santiago.
Acabámos por sair de Vilarinho por volta das 12h que é uma hora imprópria para começar uma jornada num dia de calor mas isto também faz parte das dificuldades do Caminho.
Depois de passar a ponte medieval do Ave apresentasse-nos a primeira subida mais complicada para amadores com um piso de empedrado e logo se percebeu que estas subidas são para serem feitas com a bicicleta pela mão é que ao tentar subi-la quase me saiam os "bofes pela boca" resumindo aqui não há heróis e cada um deve seguir como puder, ainda tínhamos mais de 200 km pela frente e devemos poupar o físico.
Sucedem-se caminhos municipais em alcatrão e estradões de terra batida com pedras soltas o que os nossos olhos procuram são as setas pintadas de amarelo no chão ;nos muros;nos postes eléctricos;nas árvores que nos indicam o Caminho até Santiago.
Chegados a Barcelos abancámos num café e cada um comeu o que levava mais uns hambúrgueres e umas imperiais e estava o almoço/lanche feito.Não esquecer que nos pontos de paragem em especial nos cafés é preciso carimbar as credenciais para justificar a nossa passagem e encher os recipientes de água porque andar de BTT com calor consumimos litros de água .
Entretanto tínhamos percorrido +- 28 km e uma das raparigas achou por bem desistir ,foi preciso procurar-lhe transporte para Lisboa com a respectiva bicicleta e aqui começam os problemas porque na CP dizem que se podem transportar bicicletas mas só se forem desmontadas isto é uma maneira diplomática de dizer não.Ela acabou por apanhar uma camioneta para Braga e depois outra para Lisboa com a boa vontade dos motoristas que lá deixaram transportar a bicicleta.
E são 18h15m e ainda temos de percorrer +- 35 km até ao albergue de Ponte de Lima,fomos pela estrada nacional para não termos de voltar para trás até onde tínhamos perdido as setas amarelas,chegámos a Ponte de Lima pelas 21h30 já noite (o albergue fecha ás 22h) não me parece que tenha sido a melhor opção mas depois de nos fazermos à estrada já não à volta a dar.
No alcatrão a descer a 35/45 km/h é conveniente levar a boca fechada senão os mosquitos que se estatelam nos pára-brisas entram-nos pela boca loool
Depois de fazermos o chek-in comprámos uma dúzia de sandes para matar a fome.
O albergue de Ponte de Lima é excelente ficámos num quarto com seis beliches e depois das 22h já não dá para passear ou sair dos albergues porque como disse o responsável peregrino não é turista e há peregrinos que vão a pé que se deitam com as galinhas por isso temos de respeitar o descanso dos outros.
O pessoal mais novo já descansava e eu fiquei na conversa até ás tantas com o casal responsável pelo albergue até a senhora dizer que o melhor era eu ir descansar porque amanhã íamos ter a etapa mais difícil a tal onde uns dizem que as bicicletas não passam ou têm de ser levadas ás costas.
Hoje percorremos 67,7 km.
P.S. Como mais do que uma pessoa me disse que estes 30 km de Barcelos a Ponte de Lima é um dos percursos mais bonitos do Caminho Português este mês ainda o vou fazer quando for ao Norte de férias.
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